Relacionamento Pais e Filhos, estamos olhando para a direção certa?

Transformação significa literalmente ir além da sua forma.

~ Wayne Dyer

Relacionamento de Pais e filhos, sejam crianças ou jovens, é sempre um tema polêmico e de grande extensão. Talvez porque estejamos procurando as respostas no lugar errado.

Em qualquer relacionamento, seja ele entre pais e filhos, amigos, namorados, esposas, maridos, colegas de trabalho, clientes, fornecedores, etc., a comunicação entre as pessoas vai muito além das palavras, gestos, olhares ou mínimos detalhes no corpo. A comunicação se estende a níveis mais profundos, a estados emocionais e a níveis de clareza mental.

Na comunicação entre nós pais e filhos, essa profundidade é mais facilmente percebida.

Note quando nossas mães sabiam que não estávamos bem, mesmo quando nós queríamos esconder nossos sentimentos do mundo. Note como você, pai ou mãe, consegue uma comunicação clara, limpa e assertiva e ao mesmo tempo uma resposta do seu filho com as mesmas qualidades, quando o seu estado emocional estava em paz.

Vou publicar logo abaixo um trecho de uma conversa que tive esta semana com alguns amigos, e que apesar da abordagem ser referente a crianças pequenas, até 7 anos, o ensinamento estende-se para quaisquer relacionamentos que você tem na vida.

Como tenho conversado com vocês à luz dos princípios que regem nossas experiências, tenho dito que nossos estados emocionais são fundamentais para nossos filhos. Que a comunicação nossa para com eles, vai muito além do mundo físico (palavras, gestos, olhares, expressões do corpo), eles percebem e respondem muito a como nós estamos nos sentindo.

Temos falado também que nesta primeira fase de vida deles, eles nos imitam em tudo. Percebam que nesta fase de imitação, a imitação não está somente no físico, eles imitam e respondem a nossos estados emocionais também. Portanto são ótimos espelhos para nós! São uma grande oportunidade que temos de ver escancaradamente nosso próprio interior. Essa é uma grande chance de buscarmos o nosso Eu.

Logo vejo como fundamental que olhemos para dentro de nós mesmos, e busquemos a nossa essência, o conforto e o amor da nossa “casa”. Desta forma comunicaremos para nossos filhos esta verdade e produziremos neles um sentimento de “mundo conhecido” afinal eles acabaram de “sair” de lá. Eles assim poderão encontrar o conforto de algo conhecido e serão abraçados por um amor que vai além da “paixão” dos pais.

Portanto a nossa transformação, o nosso retorno a quem realmente somos, o nosso retorno ao amor, ajudará muito na modelagem que eles estão fazendo e que é fundamental para a vida deles.

Sempre apoiados por uma sabedoria que vem através de nós, e não de nós. Para também sabermos como orientar nos aspectos particulares e únicos deste ser-humano que está a nossa frente, porque também não podemos negar isso. Eles têm sim suas próprias peculiaridades aqui nesta forma física.

Mas é de extrema importância nós enxergarmos onde somos iguais. Nós somos iguais em nossas essências divinas, puras e de amor incondicional. Desta forma nos comunicamos com este outro ser, com igualdade e não com sentimentos de superioridade ou inferioridade.

Seguindo os meus caminhos, e com certeza guiado por uma sabedoria maior, eu comprei um livro que há tempos estava na minha lista de desejos. E comecei a lê-lo antes de ontem. E logo no primeiro capítulo, vejam o que eu encontro lá:

“… aqui está a essência do que está sendo dito: Se nós queremos nossas crianças respondam nos bem e vivam uma vida de bem-estar, eles devem viver em um sentimento de amor. A coisa número um e de longe mais importante que nós podemos fazer para nossas crianças é criar um ambiente de amor, suporte, cuidados, respeitoso, alegre para elas prosperarem. E nós não conhecemos nenhuma técnica para fazer isso.

Claro que sabemos disto! Isso não é novidade. MAS tem um porém: Um ambiente de amor é uma coisa que acontece momento a momento.

O que?

O Sentimento que temos no momento é o ambiente em que a criança está vivendo no momento.

Quando nos sentimos bravos, nossas crianças estão vivendo em um ambiente bravo. Quando nos sentimos assustados, nossas crianças estão vivendo em um ambiente de medos. Quando nos sentimos desapontados nossas crianças estão vivendo em um ambiente de “eu não posso viver de acordo com suas expectativas”. Não importa o que tentemos comunicar para eles, neste momento, é o sentimento que temos dentro de nós que eles vão pegar, o ambiente que os rodeia naquele momento. Se nós estamos cheios de medos ou ansiosos ou preocupados ou bravos ou desapontados ou qualquer emoção, nossas crianças não estão vivendo em um ambiente de amor, cuidados, suporte nestes momentos – mesmo se nós geralmente demonstramos amor para nossas crianças e dizemos muitas vezes ao longo do dia que a amamos. Se nós pensamos que elas estão sim vivendo em um ambiente de amor, estamos nos enganando”

Dr. Jack Pransky – Livro “Parenting from Heart”

Com todo o meu amor,

Flavio Endo