Suas metas para 2015 estão adequadas?

A diferença entre construção e criação é exatamente esta: uma coisa construída só pode ser amada depois de construída, mas uma coisa criada é amada antes de ser criada.

– Charles Dickens

Estamos nos aproximando do Réveillon e acredito que esta é a época do ano em que as pessoas mais repensam o passado e planejam o futuro.

Eu durante muitos anos da minha vida passei as viradas de ano na praia, e fazia como muitas pessoas fazem, ia até a beira do mar e pulava 7 ondas, e para cada onda pulada fazia um pedido. E muitos destes pedidos na verdade eram objetivos meus. Metas para serem alcançadas no ano vindouro e nos próximos.

Depois de muitos anos, já em minha vida adulta eu aprendi a fazer o meu “Projeto de Vida”. Onde eu colocava as minhas metas para todas as áreas da vida. Metas de curto, médio e longo prazos. E as revisava com uma determinada frequência. O que deu um pouco mais de organização e delineou processos para os meus pedidos à beira-mar. E claro gerou muito mais resultados.

Como engenheiro de formação, toda esta lógica e processos planejados faziam muito sentido para mim e de certa forma funcionavam bem.

Ter metas claras, mensuráveis e objetivas é frequentemente colocada na nossa cultura como uma ferramenta para ter mais sucesso, felicidade, riqueza e melhores relacionamentos.

Porém na minha vida, por mais que eu achasse excitante o processo de criar e perseguir metas, eu percebi que este processo tem uma tendência de criar uma conexão perigosa entre nossas metas e nosso bem-estar. Ou seja, nós adiamos nossa felicidade presente até alcançarmos aquela meta futura. É divertido, motivador e até excitante quando você alcança o seu objetivo, mas se demorar muito pode se tornar frustrante e até doloroso, especialmente se você nunca o alcança.

Entramos assim em uma armadilha, em uma espiral infinita de infelicidade constante salpicada com picos de felicidade. E obviamente queremos então criar mais e mais destes picos de felicidade, e assim criamos mais objetivos que possam nos trazer estes picos de bem-estar. Estamos a operar a partir do paradigma de que “circunstância externa” vai nos trazer um “estado interno” (felicidade, bem-estar, paz, amor, segurança, sucesso, etc).

E começamos a viver nesta espiral infinita que podemos resumir nesta fórmula:

Eu serei [estado interno] quando eu tiver [meta ou circunstância externa]

Fórmula essa originada no paradigma de Fora para Dentro que diz:

[circunstância externa] causa [estado interno]

E para exemplificar podemos citar alguns resultados desta fórmula da espiral infinita:

Eu serei [feliz] quando tiver um [emprego novo]

Eu terei [segurança] quando ganhar [o dobro do meu salário]

Quando eu encontrar [um parceiro(a)] sentirei [amor] e serei mais [feliz]

Eu estarei em [paz] quando puder comprar uma [casa própria] para minha família

 

A espiral de infelicidade era para mim motivo de automotivação. Quanto mais tempo ou mais profunda era o estado de infelicidade, mais motivado eu ficava para agir e alcançar um pico de felicidade.

E por mais que eu alcançasse estes picos de felicidade, eles eram passageiros e logo eu precisava de um novo objetivo para até dar sentido à vida, e claro sem perceber estava mantendo a caminhar pela espiral infinita.

Quando eu conheci os 3 Princípios (Mente, Consciência e Pensamento) e entendi que nossa Experiência de Vida acontece de Dentro para Fora, notei que a felicidade, que tinha sido por muito tempo o meu objetivo final, tornou-se um ponto de partida. Comecei então a dar mais ouvidos e a seguir o meu sentimento interior de desejo.

Comecei a navegar mais pela sabedoria interna do que por metas ou objetivos.

Digo que “mais” porque ainda por vezes me pego preso na tal armadilha da infelicidade. Mas o bom é que agora, saio dela com maior facilidade e mais rapidamente.

Então o que eu desejo para você neste próximo ano é muita Felicidade, Paz, Harmonia, Entendimento e Amor, e que estes sejam pontos de partida e não destino. Para que você possa criar qualquer coisa queira para a sua vida.

Para ajudar você na descoberta do que você quer, sem entrar na armadilha, considere perguntar-se esta pergunta, e veja o que você obtém de resposta:

  • O que você gostaria de criar/ter/ser se você não tivesse que ser infeliz caso não conseguisse?

Como um de meus objetivos para os próximos anos eu quero continuar a compartilhar este entendimento com você. Isto é algo que eu amo fazer e espero que esteja sendo útil para você. Obrigado por sempre ler e compartilhar.

Com todo o meu amor,

Flavio Endo