Toda criança é uma artista. O problema é como se manter uma artista uma vez que ela cresça.
~ Pablo Picasso
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Você deve ter notado como as crianças principalmente entre os 2 e 7 anos de idade tem uma imensa facilidade de brincar de “faz de conta”. Elas criam e se divertem muito com as realidades criadas.
A alguns dias atrás eu estava com minha família passeando no litoral juntamente com uns amigos.
Certo dia eu e as crianças estávamos na praia, bem pertinho do mar fazendo um tradicional castelo de areia, quando percebi que a Natalie (minha filha) estava brigando com o Matheus (meu afilhado). Eu logo quis entender o que estava acontecendo e ela foi logo me explicando que o Matheus queria brincar com o balde de areia que ela estava brincando.
Obviamente eu pedi que ela dividisse a brincadeira e o balde de areia com ele, afinal são amigos e bla bla bla.
Bem, isso não seria nada demais para a Natalie que realmente gosta de dividir as coisas e as brincadeiras, mas desta vez ela me explicou que não ia dar certo. Eu fiquei espantado interessado em saber o motivo e fui logo questionando ao que recebi a seguinte resposta:
“Porque eu estou fazendo um bolo para nós comermos e ele quer encher o balde com cimento!”
Por dentro eu estava rindo muito, mas entendi de onde ela estava partindo a análise dela. Foi quando me ocorreu que isto era mais uma metáfora sobre nossa vida de realidades separadas.
Objetivamente tanto ela como ele tinham em mãos um balde de plástico com areia da praia dentro. Subjetivamente ela tinha uma linda massa para um bolo de festa super delicioso, enquanto ele tinha um balde todo sujo de cimento para usar na construção do castelo!
Esta é uma característica de nossa natureza como seres humanos. Nós só podemos experimentar a realidade criada por nós mesmos.
E depois da época do “faz de conta”, nós tentamos aproximar o máximo possível as realidades e nossas experiências com as das pessoas ao nosso redor. Isso nos torna mais adaptados ao convívio social e ao nosso ambiente.
Porém, muitas vezes acabamos por nos esquecer de que estamos sempre criando e experimentando nossa própria realidade de dentro para fora, e que assim sendo, a realidade criada e experimentada pelas outras pessoas é diferente da nossa. Desta confusão saem as brigas, preconceitos, frustrações e todo tipo de atitude que nos fazem sentir separados.
A minha realidade subjetiva é tão “real” que se alguém vem colocar areia no meu bolo, eu iria ficar bem zangado mesmo!
O que fazer então com nossos relacionamentos?
Se você viveu algum momento no passado que o resultado foi uma grande briga, desavenças, falta de respeito e talvez ruptura. Primeiro entenda que hoje isto é só uma memória, é uma ilusão. Segundo perdoe-se. Sim perdoar a você mesmo, pois você se tem alguma emoção ainda lhe causando problemas, essa emoção foi criada por você na sua realidade. Ao perdoar-se você permite que novos pensamentos venham e novas emoções possam ocupar o espaço das velhas, e assim você pode criar um novo futuro.
Quando você vier a viver momentos de conflito, entenda que os melhores resultados virão se ambas as partes estiverem em um estado de Alta Qualidade Mental. Não queira discutir algum problema, ou encontrar soluções a partir de um estado de Baixa Qualidade Mental. Note que você sempre tem a opção de ou se deixar levar pelo estado mental da outra pessoa, ou de conduzir a outra pessoa para o seu estado mental, então fique atento a qual estado mental você está, para saber qual direção dar à conversa.
Veja abaixo algumas das características dos nossos estados mentais:
Generalizei o assunto “Relacionamentos” neste artigo, mas imagine que estas referências servem para qualquer tipo de relacionamento. Profissional, Amoroso, Pais e Filhos, etc.
É claro que este artigo não esgota o assunto, e eu pretendo sempre abordá-lo aqui no site.
Gostou do que eu trouxe para discutirmos hoje?
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Com todo meu amor,
Flavio Endo