Não há nada tão absurdo que não pode ser acreditado como verdade se repetido muitas vezes
~ William James
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Sigmund Freud, fundador da Psicanálise, acreditava que o ser humano age em busca de maximizar o prazer e minimizar o desprazer.
E assim a maioria das pessoas cai na famosa armadilha do burro, da cenoura e do chicote.
Passam a navegar pelas suas vidas colocando sua felicidade e bem-estar na obtenção de coisas, na construção e controle de suas circunstâncias e na aprovação e aceitação das pessoas ao seu arredor. Ao mesmo tempo em que também evitam coisas, circunstâncias e pessoas que lhes trazem desprazer.
Paradoxalmente esta armadilha é um dos entraves mais comuns à Clareza, Felicidade e Bem-Estar. E ela é baseada em um mal-entendido que é tomado como sendo “óbvio”. Ele é tão sutil e penetrante que ele aparece em tudo, desde livros infantis, passando pelos filmes, campanhas de marketing e até nos treinamentos de motivação e liderança.
O poder de um mal-entendido*
Em 1800, era amplamente aceito pela comunidade médica e cientistas que as doenças, como a cólera e a peste eram causadas por “mau cheiro” (também conhecido como atmosfera ou miasmas).
Na época, um grande número de pessoas mudava para Soho em Londres, com o concomitante aumento no esgoto.
Os administradores da cidade decidiram então por despejar o excesso de resíduos no rio Tâmisa, na intenção de reduzir o “mau cheiro”, inadvertidamente contaminaram o suprimento de água e causaram uma epidemia de cólera que ceifou as vidas de 618 residentes do Soho em apenas algumas semanas.
A teoria do miasma era um mal-entendido que era visto como um fato, uma realidade. Como resultado, a decisão de bombear esgoto no abastecimento de água foi tomada de a partir deste mal-entendido.
E se você e eu sabemos que é loucura deixar dejetos humanos em qualquer lugar que esteja perto de água potável, é porque temos uma melhor compreensão de como o mundo funciona.
MAL-ENTENDIDO pode levar a desnecessária miséria, sofrimento e até mesmo a morte. Mas tão logo as pessoas obtêm uma compreensão mais clara da natureza da realidade, como ela já é, aí então a tendência é que se dispare uma enorme e generalizada melhoria na qualidade de vida.
O mal-entendido que é muito danoso à vida e pode ser expressado pela armadilha do burro, da cenoura e do chicote, é o que reside na ideia de que nossas sensações tais como felicidade, amor, confiança, paz, sucesso e segurança podem ser providos ou ameaçados por nossas circunstâncias, coisas ou pelas outras pessoas.
Temos esta crença porque fomos e ainda somos condicionados a acreditar que há um lugar para chegar, que o “Lá” é melhor do que o “Aqui”.
E o “Lá” se apresenta em variadas formas e sabores, mas com uma estrutura básica expressada assim: “Eu serei (feliz / seguro / paciente / amoroso / correto / sucesso) quando eu (…)”
Substitua os três pontinhos nesta estrutura básica por:
- me casar.
- encontrar uma namorada
- mudar de emprego
- comprar aquele carro famoso
- perder peso
- mudar minhas crenças limitantes
- me desenvolver pessoalmente
- me iluminar
Pode ser que você tenha conquistado muitas coisas na sua vida desta maneira, ou não.
Eu fiz muito isso na minha vida, e não importava o que eu conseguisse atingir, aquele sentimento de felicidade não durava muito.
Às vezes poucos meses, às vezes semanas ou mesmo dias. E logo um novo ciclo se iniciava, uma nova busca, porque se a felicidade não estava “Lá” então deveria estar um pouco além.
Não importa o quão perto você chega, não parece que sempre falta um pouco mais para você fazer? Um pouco mais para estudar? Um pouco mais para se desenvolver? Um pouco mais para conquistar? Uma pessoa a mais para lhe aceitar?
Você já deve ter ouvido pessoas e estudos falando que o seu Bem-Estar e autoestima estão ligados a você trabalhar no que gosta.
Ou que o estresse tem 5, 10 ou sei lá quantos fatores causais.
Por curiosidade faça uma busca no Google digitando “fatores de estresse”. Entre nos primeiros resultados, e veja lá este mal-entendido sendo expresso muitas vezes.
Perceba que tanto as causas como as soluções para o estresse também partem do mesmo princípio, da mesma estrutura base do mal-entendido.
Eu (sentimento) quando (circunstâncias).
Por exemplo:
Eu (estresso) quando (conflito com colegas de trabalho)
Eu (relaxo / acabo com estresse) quando (faço exercícios físicos / medito)
Costumeiramente quando chego a este ponto da conversa com os meus amigos e clientes, eles me perguntam:
“OK, então se eu sair deste mal-entendido, eu não vou mais aproveitar as coisas que me agradam, ou desejar as coisas que eu desejo?”
E minha resposta invariavelmente é:
“Não! Não é isso que estou dizendo.”
O que estou dizendo é que os sentimentos não são resultantes das circunstâncias. Eles não vêm e nunca vieram de fora. Eles vêm e sempre vieram de dentro, dos seus pensamentos.
E, se você começar a entender isso mais a fundo como o sistema funciona, algumas coisas incríveis podem começar a acontecer.
Depois que eu descobri isso em 2010, eu passei a experimentar uma vida muito mais prazerosa, com sentimentos de paz, segurança, felicidade.
E como meu aprofundamento neste entendimento só tem aumentado ao longo dos anos, minhas circunstâncias externas, meus relacionamentos tanto com os outros como comigo mesmo tem melhorado substancialmente.
A boa notícia é que ganhar este entendimento e sair deste mal-entendido é possível e replicável.
Os meus clientes, por exemplo, estão obtendo resultados semelhantes ao meus, tais como:
- Melhor relacionamento com seus filhos / colegas de trabalho / clientes / pacientes / parceiro.
- Menos estresse.
- Maior clareza mental.
- Melhor tomada de decisões.
- Mais tempo livre.
- Melhor performance e melhores resultados operacionais em seus negócios.
E os Agentes Transformadores tais como psicólogos, coaches, terapeutas, tem vistos seus clientes / pacientes experimentarem estes benefícios também.
E como resultados para o Agente Transformador:
- Liberam seus pacientes mais rapidamente.
- Conduzem a resultados integrais (em todas as áreas da vida) e sustentáveis, de forma a reduzir o índice de retorno.
- Geram naturalmente muito mais indicações.
Nós todos experimentamos momentos onde caímos neste mal-entendido.
Reflita um pouco sobre sua história, recente ou não, e perceba em quais momentos você caiu na ilusão deste mal-entendido. E quais foram os desdobramentos e reais resultados?
Depois que fez isto por dois ou três minutos, você pode compartilhar abaixo esta sua experiência.
Nos próximos artigos vou explorar mais a fundo este entendimento e suas implicações.
Com todo o meu amor,
Flavio Endo
*Trecho extraído do livro “The Little Book of Clarity” de Jamie Smart
Abaixo seguem um vídeo e um áudio sobre este mesmo assunto. Não é uma leitura do texto, apesar da ideia ser a mesma, sempre sai algo diferente. Então se tiver mais um tempinho, aproveite para ver também!